sábado, 31 de janeiro de 2009

esquivo ao alvo

sem paradeiro certo, estrangeiro eterno
ao mesmo tempo um sentimento materno
o lugar e suas palavras e sons
imagens em cores e tons
e o pensamento nem sempre aí
vagueia por várias janelas
deixa algumas abertas outras tranca
e a escuridão das seladas
revira e recria a ansiedade
o impasse de ser possível ou não
a estátua da vontade
o desejo de ser mais do que se é
apenas a passagem pelas ruas
a calma de um céu morno flutua
algo a se acreditar, apesar de incerto
a incerteza age como amiga
grandiosamente briga
com o anseio de haver algo certo

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

melodia

aura se instaura no palavreado
estórias memórias
vivências carências
um lembrar solto
aquele sorriso
um outro
o início da origem
transborda
pinta, borda
discorda do tempo
logo ali se expõe
jóia rara
cara e sem preço
sentido por quem sabe
ouvir

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

insonhos

quero me transformar em teu seio
florear seus olhos com meios anseios
meus desejos que eu nem sei
flutuar no raso de teus lábios montes
fazer fonte de tuas mãos insones
e em tua voz reconhecerei então a sede
quem sabe estender meu corpo ao vento
e viajar no perene sonho de te ter