segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ventos afoitos




respingou em meu silêncio
as gotas tortuosas da insanidade

pretendia ser pleno
em todos os sentidos
tirar a sabedoria engavetada
era uma das primeiras intenções

remar por águas novas
ouvir as lamúrias
de um rebentar de onda
que traz o ímpeto
a força
forma as rochas
e leva o que puder pelo caminho
pus-me livre, ali bem na rebentação
deixando-me ser sorvido
pelo afoito e inocente mar

mas não esperava
realmente
os ventos
em forma de ciclone
apoderando-se da costa