quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
palavras perigosas
o senhor olha para o lado
e balbucia algo sobre o metrô
sobre um foragido
e São Paulo
impõe que um casal
o ouça
pela humanidade
por todos os seres
que ainda se dizem
algo
ainda não consegue
a comunicação
que é cortada por um funcionário
da yellow line
uma conversa ao sopé do ouvido
uma resposta sobre
a possibilidade de um furo
se a liberdade não é mais possível
nas escadas encontra outro parceiro
lamuria
que não se pode mais
falar com as pessoas
pelo direito
de olharem pra frente
e só
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Estrangeira
À beira
de fora
se esgueira um vazio
Um buraco negro
Ansioso por você
sedento por você
Quem é Ele, que circunda pela cidade?
Pelos fracos e perdidos?
Se enlausura nos corpos
Exige o mais puro amor
Em troca
de fidelidade
quem é?
Ama
pune
perdoa
exorciza
quando não entende
meus olhos se fecham
meu corpo se cura
de minha doença
de meu pecado
de minha blasfêmia
de te querer
acima de todas as coisas.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Morrer aos poucos
Ou viver até quando puder?
Tenho meus dramáticos
fins
Diários, insanos
orquestrados
para os outros
falta, quase sempre,
carinho, espírito
falta ver
que os dias acabam
sem querer
do outro lado
sobre os dias
ela sabe que
seus os são
antes do amanhecer
dentro de si
já alimenta sua prória luz
sabe de onde vem
e o que precisa iluminar
mostrar
e decompor
em múltiplas
cores
ela é um prisma
eu, ainda um espelho
mas sei que esse relfexo
se partirá
quando puder aprender
mais sobre essa luz invisível
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