segunda-feira, 29 de setembro de 2008

espe(o)lho

perceber...
humildade de sentir
sem idade ou cartão postal
arrefecer os ânimos
aquietar eventuais maremotos internos
essencial
uma vez alguém disse..

domingo, 28 de setembro de 2008

claos

cadente é o seu olhar
rastros de poeira cósmica se espalham
arrasto meu tato
num maltrato de tamanha tanta
sua alma canta em silêncio
deixando meu ar denso
respiro os resquícios desse brilho insensato
corpo mágico que me inspira
desasossega e me cega
o sangue varre em vaivém
e o coração dá um nó
sem chave, sem clave

terça-feira, 9 de setembro de 2008

antes do porvir

raiz, cais prolongado ao infinito
existe desde antes
insiste em crescer
sem conhecer o porvir
o inocente sente que a domina
julga sobrevoar ileso
preso ao vento que o envolve
crê transpor os ares
mares, lugares e vulcões
trovões, dragões dos fogos mais pelantes
uma pipa não voa sem linha
a pássaro não plana sem ninho
homem feito chora feito menino
se no caminho força fraqueja
na peleja com os ventos
tem sorte aquele que no peito
traz seu eu anterior

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

sensono

Sentido vindo na contramão
contrato atado em meu corpo
escopo instaurado em vontade
hoje não tenho pressa em proibir o sentido
inverso ao universo sideral
contrasenso que se aconchega
sólida multidão
sussurre ou cante baixo
o bicho dorme..