do osso e da carne
matéria de jornal, disfarce
do couro e do pêlo
superfície de estranho relevo
couraça imagética
nem de longe transluz o enlevo
nome que não apelida
que não ginga no perigo do limiar
busca guarida na substância
que de pronto deslocamento e pujança
trança as pernas e a si mesmo engana
sana e convence o escaramuço aporte
que não há importe no suporte
se o zelo e o elo não for forte
dito pelo não dito
digo: sorte daquele
que vive a palavra
que em cada momento
sem constrangimento
forma a frase com o corpo e a fala
e que depois ou durante
grafa a sílaba
ponte nata
que transpõe multidões e verões
Um comentário:
"...sorte daquele
que vive a palavra..."
Você, insondável!
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