sexta-feira, 25 de março de 2011
lembrança
Ítalo e Nacho
O fim
Fim de uma linha
de uma reta
de um sabor que se esvai nas papilas
Fim de um pedaço
de um fio de vida
de uma imagem que se espraia nas pupilas
carrega consigo senões
os porvires e os viveres
Fim de um calor
de um presente
de uma presença
que se aconchega nas lacunas
Vive na lembrança
travessa criança
brincando de esconde esconde
Nacho, fique bem com o Sebastian, a Gabi e a Natasha
obrigado pelas lambidas e alegrias!
terça-feira, 22 de março de 2011
Fronteiras
Fronterias
serão barreiras
ou esteiras de congraçamento?
Espaços de presença meia
inteira
ou parte daquilo que prometera?
Saber de si o que do outro é alheio
mistura entre a lágrima e o globo
medo que separa a lebre do lobo
distância que percorre os olhares
equilibrei-me nos entreatos
pisei do outro lado
fui atacado como um bicho
excomungado de uma crença
que pertencia a outrém
amei do outro lado
fui um deus acossado
pelos versos loucos de paixão
que eram meus próprios
um complexo nexo
dessa terra de ninguém
onde defronte de si
nada mais
que o constante início
de um novo contato
serão barreiras
ou esteiras de congraçamento?
Espaços de presença meia
inteira
ou parte daquilo que prometera?
Saber de si o que do outro é alheio
mistura entre a lágrima e o globo
medo que separa a lebre do lobo
distância que percorre os olhares
equilibrei-me nos entreatos
pisei do outro lado
fui atacado como um bicho
excomungado de uma crença
que pertencia a outrém
amei do outro lado
fui um deus acossado
pelos versos loucos de paixão
que eram meus próprios
um complexo nexo
dessa terra de ninguém
onde defronte de si
nada mais
que o constante início
de um novo contato
sexta-feira, 4 de março de 2011
longe do alvorecer
Vou te encontrar em um arrebaldo
num balacobaco daqueles
que esquece-se o juízo
em um copo untado de alcool
descerá guela abaixo essa prima da razão
que insiste em voltar no dia seguinte
mas só no dia seguinte
porque na noite anterior tu surgirás como uma santa
caída em meio a chuva
expulsa do estômago de um Deus rebordoso
vinda direto pra mim
zumbizar sacanagens em meus ouvidos trêmulos
lamber o vinho transbordante de minha boca
engolir-me em goles curtos
e precisos
uma vez dentro de ti
esqueceria de mim
dissolver-me-ia em teu sangue alcoolico
pra flutuar pra rua
pegar o próximo trem
pra longe, pra onde ninguém possa ver
o alvorecer que se apluma
terça-feira, 1 de março de 2011
O improvável
Vagas estrelas da ursa
extensas memórias elefantes
ultrapassar os segredos incubados
grafados em sangue e odor
pode ser incompreensível
um fim de linha
dos antigos que viam no horizonte infinito dos mares
o abismo
uma garganta de trevas a engolir os loucos navegantes
temor
do amor diferente
da brincadeira infantil
solidificada em horror
em moral
reme nas águas frias das lembranças
doces, com tão alto teor de sacarose
que pode cariar a razão
despedaçar a idéia de si
incompreensão
incompleto ser
por natureza
“Ficar dentro da coisa é a loucura”
Frase de A Paixão segundo G.H., Clarice Lispector
Assinar:
Postagens (Atom)