sexta-feira, 4 de março de 2011
longe do alvorecer
Vou te encontrar em um arrebaldo
num balacobaco daqueles
que esquece-se o juízo
em um copo untado de alcool
descerá guela abaixo essa prima da razão
que insiste em voltar no dia seguinte
mas só no dia seguinte
porque na noite anterior tu surgirás como uma santa
caída em meio a chuva
expulsa do estômago de um Deus rebordoso
vinda direto pra mim
zumbizar sacanagens em meus ouvidos trêmulos
lamber o vinho transbordante de minha boca
engolir-me em goles curtos
e precisos
uma vez dentro de ti
esqueceria de mim
dissolver-me-ia em teu sangue alcoolico
pra flutuar pra rua
pegar o próximo trem
pra longe, pra onde ninguém possa ver
o alvorecer que se apluma
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