Os segredos perdidos
em uma fossa qualquer
uma gota de silêncio
para os dias de balbúrdia
doces mistérios rondam
as serenas foices do fim
Quando se está no meio
e muros dizem por onde pisar
crê-se nas craquejadas certezas
os mantos de aura desgastada
oferecem sua majestade impertinente
Nas grutas de amanhecer tardio
pode-se rever as cenas
reprisadas no episódio remoto
Lá fora brilha uma luz
do alcatrão queimado
a fumaça forma um anjo
andrógino por natureza
é só por uma ocasião
ocasional, do lado de dentro
a piada faz sentido
em um sorriso de lábios cerrados
abrigo ratos e borboletas
fauna autóctone
alimenta e se alimenta
de linhas férreas
carros estacionados
fios arrancados
risos sérios
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