do som da manhã
assumo os ruídos exasperantes
dos imóveis vazios
à venda
o sangue está a prêmio
desde tempos
que tentei esquecer
ele se embrenhou
nas frestas do piso
entre os olhares retidos
um visgo
um risco
invento a liberdade
num suspiro prolongado
de sacada
tudo construído
na medida exata
do desencontro
os acomodados que se espalhem
em seus cômodos
invólucros
de dores latentes
e espamos de vida
nos entreatos