segunda-feira, 27 de junho de 2011

Grande insignificância

Deitado de costas pro chão
acima, só o céu
e as linhas imaginárias
costuradas pelas incessantes sinapses
minutos antes:
uma queda
De pressão? Da escada?
Nas estruturas abissais contidas no caminho?

De fato, uma chaga
vinda de uma implosão
regou o piso de sangue
um sangue de coagulação tardia
pois insistia em encarar a figura
que, buscando a fuga
rodopiou os pés no viscoso rubro líquido
e estatelou as costas na poça

afundado no charco
esperou pacientemente
as estrelas surgirem
a lua enriquecer o céu
e os olhos fecharem

de manhã, tinha nódoas na roupa
e um gosto de pólvora na boca
sentiu-se, pode-se dizer...
vencido, em uma luta dantes travada
outras vezes, várias vezes
mas, despontava como um gosto final
aquele que emerge no mais sensível paladar
a força de abrir os olhos
e deixar a cicratiz ser só cicatriz
em toda sua insignificância e grandeza

Foo Fighters - I should have know - Álbum: Wasting Light

Um comentário:

Fanzineviagens disse...

É no cair e levantar, no ardor e no cicatrizar que aprendemos a ter um olhar mais amplo de tudo e neste movimento ver que nada, mas nada mesmo é pra sempre.... "porque o pra sempre, sempre acaba..." .Mas ai vem outras coisas... e isso é uma outra história