Sentado à beira do mar, percebia como os navios, aparentando cargueiros, navegavam. Era preciso uma dose de paciência , uma vontade de ócio para medir os micro movimentos dos transatlânticos. Eles cabiam por entre seus dedos, pequenos à época. Dedos que formavam uma luneta de longo alcance, acompanhava curiosamente o ponto preto no horizonte.
Pensava em como podiam ser solitários os marujos, em como a memória deles deveria ser alimentada nos dias longe de casa. Alguns poderiam até regozijar-se com a solidão; afastar-se da civilização humana, bastando si e a inevitabilidade dos colegas marujos. Uns poderiam gostar de jogar cartas, para passar o enjôo, ou vomitar, para limpar a alma.
De lá da praia o garoto saudava mentalmente a tripulação, deixando-se estar, afundando o corpo na areia mole.
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