ó o silêncio dessa tarde
as pessoas mudas escoando pelos cantos
em curto circuitos de finalidades
afasto os pés dos percalços íngrimes
lembrando algo que me foi dito
inspira, expira, aspira
e recorre ao seu canto
deixa o sol cair de cara
e queimar os restos frescos
do dia
ó, que a lua vem hoje
alento daquele que nutre
no breu, um eu aposto
explica o que desconhece
deixo em suas mãos
o poder de nomear
ao menos, o oposto
deixe-o exposto
e defina por negação
seu canto, seu encosto
te espera desde ontem
mas, ó, seu rosto
nesta noite
está especialmente
fosco
pelo luar
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